domingo, 18 de setembro de 2011

UGAM-BUGARUM


Já escrevi muito sobre o passado e chegou o momento de falar do presente. Que presente! Quando vou ganhar o pão nosso de cada dia, deparo com a paisagem das fotos que fiz para minha irmã, Márcia. Trabalho no prédio ao fundo, logo após a última torre da igreja, na Piazza Navona, centro de Roma. Palazzo Pamphilj, Embaixada do Brasil. Ninguém entra lá sem passar por mim. Da senhora que faz a limpeza até o Presidente do Brasil.


Algumas vezes estou na residência do Embaixador e outras vezes na Chancelaria.


Sou apenas um vassalo, mas com muito que agradecer diariamente em minhas orações. Por falar nelas, passei um pequeno vexame recentemente. Estava internado em um hospital da Opus Dei, em Roma, e veio um padre italiano me visitar. Perguntou se eu queria confessar e comungar, no que concordei. Ao final da confissão ele deu minha penitência e me convidou para rezar o "Atto di dolore". - Que??? Pensei. - Ah, Padre, sei apenas em Português! - Não tem problema. Reze em Português. (Ferrou!) - Comece o senhor em Italiano. Nessa altura do campeonato, percebendo que eu não sabia mesmo era o que rezar, ele me ofereceu um livrinho com a bendita oração e rezamos juntos. Ufa! Acho que tive perdoados os meus pecados e pude, enfim, comungar em paz. Para entender do que se tratava, conversei com minha irmã Márcia. Era nada mais que o Ato de contrição. Putz! Meus filhos acabaram de fazer a Crisma e nunca ouviram falar. Que tristeza... que vergonha... que católico que sou. Para nunca mais esquecer, aqui vai a oração em Italiano:

ATTO DI DOLORE

Mio Dio, mi pento e mi dolgo con tutto il cuore dei miei peccati, perché peccando ho meritato i tuoi castighi, e molto più perché ho offeso te, infinitamente buono e degno di essere amato sopra ogni cosa. Propongo col tuo santo aiuto di non offenderti mai più e di fuggire le occasioni prossime di peccato. Signore, misericordia, perdonami.

Bem, neste presente que vivo, sabendo ser este o último ano do meu filho na Schola Puerorum della Cappella Musicale Pontificia Sistina, gostaria de lá colocar outro brasileirinho: um indiozinho da amazônia. Tem que ter, no máximo, 7 anos de idade e ser extremamente afinado. Quero adotar como filho e educar musicalmente como eduquei o meu. Ainda estou tentando convencer a Marta desse projeto, mas acho no que, no fim, ela vai concordar. Se alguém quiser ajudar...

Ferrari Neto cantando na Cappella Sistina

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