Gerald Thomas disse recentemente que sai de cena. Literalmente. Pipocaram ironias e piadas. Na entrevista publicada na Folha Online, algumas falas do Diretor.
"Minha vida no palco acabou [...] tenho que sair por aí pra redescobrir quem eu sou".
“Comecei a pensar que muitos artistas, incluindo o próprio [dramaturgo irlandês Samuel] Beckett (1906-1989), não sabem a hora de sair de cena. "Rockaby" e "Enough" são textos tão menores, inúteis desse maior autor do século 20. Eu me pergunto se ele precisava realmente tê-los escrito. Ao mesmo tempo, o que ele poderia fazer? Tricô? Não, né?!"
"Depois que você chega num pico, vira um repetidor de si mesmo". Teria sido este o pecado de John Neschling, o polêmico Maestro da Osesp defenestrado recentemente?
“Comecei a pensar que muitos artistas, incluindo o próprio [dramaturgo irlandês Samuel] Beckett (1906-1989), não sabem a hora de sair de cena. "Rockaby" e "Enough" são textos tão menores, inúteis desse maior autor do século 20. Eu me pergunto se ele precisava realmente tê-los escrito. Ao mesmo tempo, o que ele poderia fazer? Tricô? Não, né?!"
"Depois que você chega num pico, vira um repetidor de si mesmo". Teria sido este o pecado de John Neschling, o polêmico Maestro da Osesp defenestrado recentemente?
"Teatro não é tecnologia, é algo para que o público esteja na presença do ator, a metros dele. Se você tenta transformar em tecnologia, fica pretensioso. Essa integração de mídias é a maior mentira que já houve."
Nunca assisti Gerald Thomas, mas acompanho o que dizem e escrevem sobre ele.
O duelo genialidade x mediocridade não tem fim.
Em qualquer biografia se pode conferir, mas esta na Wilkipedia facilita para quem está online.
Johann Sebastian Bach (...) tido como o maior compositor do Barroco e, por muitos, o maior compositor da história da música, ainda que pouco reconhecido na altura em que viveu.
Um aspecto impressionante da vida de Bach é que o compositor teve pouco reconhecimento em vida. Era tido por todos como um virtuoso do órgão, talvez o melhor de que se tinha notícia. Como compositor, porém, era considerado antiquado e sem criatividade.
Um aspecto impressionante da vida de Bach é que o compositor teve pouco reconhecimento em vida. Era tido por todos como um virtuoso do órgão, talvez o melhor de que se tinha notícia. Como compositor, porém, era considerado antiquado e sem criatividade.
Não foi só ele na História. E agora? Como fazer para saber quando se está diante de um gênio injustiçado ou de um medíocre original? É bom ler e ouvir tudo e todos, mas melhor ainda é quando se consegue um juízo próprio a respeito do que quer que seja. Eu inventei, para mim, um método que me ajuda a decidir. Funciona mais ou menos assim:
1. Estrutura complexa + resultado simples = GENIAL
2. Estrutura complexa + resultado complexo = INALCANÇÁVEL
3. Estrutura simples + resultado complexo = NOIA
4. Estrutura simples + resultado simples = CENSURA LIVRE
Nesse sistema não existe o resultado “medíocre”, afinal, o que vem a ser isso uma vez que em qualquer dos 4 itens é possível, neste mundo, alcançar o sucesso imediato e o primeiro milhão de dólares, bem como o fracasso e o fundo do poço ou, como no caso de Bach, um resgate futuro?
Tudo que Mozart mais desejava na vida era um bom salário e um cargo estável na corte como tinham os considerados medíocres músicos italianos. Nunca conseguiu. Dizer que ele não almejava sucesso e dinheiro é bobagem. Isso a Banda Calypso conseguiu.
A genialidade e a mediocridade têm dessas coisas.
Voltando a Gerald Thomas, o Diretor, ele fez, realizou e cansou ele e dele, mas entrou, atuou e saiu de cena.
Bravo!
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