segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

DISSONÂNCIA

A briga é feia quando, em música, se tenta definir “dissonância”. Para resumir e tentar escapar de uma polêmica infinita, me serve apenas que dissonância é o oposto de consonância, esta última entendida como “concordância” e aquela como “discordância” conforme as muitas definições para ambas. Basta. Feio x bonito, agradável x desagradável, tensão x repouso etc., não vêm ao caso. São conceitos musicais subjetivos e relativos. Dependem do tempo (período), do contexto, da cultura, do ouvido e do coração.

Uma nota dissonante é aquela que diz “alô! tô aqui!”, ferindo a (nem sempre) burra unanimidade.

Existe uma outra dissonância, certa vez citada por um Presidente brasileiro que costumava pintar o cabelo de azul-higienópolis (bairro paulista). Nos livros acadêmicos recebe definições enormes, profundas, prolixas. Como meus rabiscos são publicados apenas no meu blog, lido por meia dúzia de gatos pinguços e alguns amigos e amigas caridosos, passo do academicismo para a psicologia de boteco, pedindo desculpas aos eventuais leitores do Portal de Óbidos, único reverberante. Bem que avisei ao caro Luiz Arthur quando me convidou como colaborador, mas ele me honrou com o espaço e agora... agora vai!

Dissonância Cognitiva. Gosto dela!!!

A teoria da dissonância cognitiva prega que cognições contradizentes servem como estímulos para a mente obter ou inventar novos pensamentos ou crenças, ou modificar crenças pré-existentes, de forma a reduzir a quantidade de dissonância (conflito) entre as cognições.

Impossível aprofundar a Teoria de Leon Festinger aqui, mas podemos dar uma pincelada superficial com a fábula de Esopo, reescrita por Jean de La Fontaine, A Raposa e as Uvas.

Com pequenas variações, é basicamente a história de uma raposa que tenta, sem sucesso, comer um cacho de convidativas uvas penduradas em uma vinha alta. Não conseguindo, afasta-se, dizendo que as uvas estariam verdes.

Moral:
* Aqueles que são incapazes de atingir uma meta tendem a denegri-la, para diminuir o peso de seu insucesso.

Eu queria uma Ferrari na minha garagem, mas tenho uma velha Peugeot. Pra que me serve uma Ferrari se não tem mala grande como minha Peugeot que me permite viajar com toda a família? Pois é. Com esse tipo de pensamento diminuo minha dissonância e entro em harmonia comigo mesmo. Uma ova!!!

Este ano vamos ser notas dissonantes que se fazem ouvir, comer os cachos de uva e comprar Ferrari (nem que seja de plástico!).

FELIZ 2010!

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