sábado, 3 de dezembro de 2011

KARAJAZZ

Para mim não faz diferença. Nasci em Belém e continuarei paraense no caso de uma eventual divisão do Pará. Mas, imaginando se tivesse nascido no que estão propondo como novos Estados, Tapajós e Carajás, como ficariam meus documentos? O que eu seria/serei no caso do primeiro? Tapajara? Tapauense? Taperebá? E no caso do segundo? Caraíba (que d+!), Caraoca? Carajeiro?

Se pretendem um plebiscito para divisão, por qual motivo os nomes dos novos Estados também dele não fazem parte? E por que tais nomes têm que ser necessariamente de origem indígena? O Pará, como todo o Brasil, é formado por pelo menos 3 raças: Branca, Negra, Amarela (considerando tudo que seja dessa cor). Não necessariamente nessa ordem. Começando pela última. Ok. Tapajós e Carajás representam os amarelos indígenas. Mas e os amarelos japoneses que plantam pimenta-do-reino e contribuem para a riqueza do Estado? Não poderiam ter na lista algumas sugestões, tipo Nova Hiroshima ou Nova Nagasaki, como os americanos fizeram com a velha York? Ficaria mais fácil como alvo quando os gringos resolverem detonar de vez a Amazônia.

Os Negros. Certamente a história do Pará é repleta de heróis negros. Então, não poderia se chamar um Estado de São Benedito e outro de Santa Anastácia? Se a oposição gritar por serem santos "católicos", que coloquem nomes dos heróis negros, mas, por favor, evitem Axé e coisas do gênero.

Os Brancos. O que morreu de Manoel e Joaquim para que o Pará fosse a imensidão que é e agora não tem uma lista que inclua também nomes europeus brancos? Que coisa! Sou a favor que o povo soberano decida os nomes dos novos Estados!

Pode ser algo sensato, como Amazonas, por exemplo. Amazonas acho um belo nome considerando a região onde se encontra e tudo mais. Ou algo esdrúxulo como Mato Grosso. O que é? Um mato que não é fino? Rio de Janeiro. Poderia ser de Fevereiro, quando tem carnaval. Pior! Quem nasce lá, com todo aquele sotaque besta, é cari-oca. Está no Aurélio: do Tupi, casa (oca) do branco (cari). Maranhão. Bem, pelo menos este se sabe que significa Sarney e que o Boi de lá dança Reggae. São Paulo pensa que é branco, mas acho que tem mais nome indígena por metro quadrado que qualquer outro Estado brasileiro: Iguatemi, Ibirapuera, Anhanguera, Pindamonhangaba... e por aí vai! Belém também exagera: Jurunas, Marambaia, Mundurucus, Caripunas, Timbiras... Putz! Chega!

Voltando aos nomes brancos. Até nome indígina em Inglês tem outra sonoridade: MANHATTAN! (Manrratan!). Wow! No Brasil seria, como já cantou alguém que não lembro quem, Manhantã! Blargh! Brincadeira. Bem, no caso branco a lista é grande... tem português, italiano, judeu etc. É só resumir. Coloca tudo na mesma panela e salta aí um... TAPAJAZZ (Tá, pajés!) ou, melhor, KARAJAZZ! Com K, lembrando o grande Karajan. Pelo menos nascendo em um dos dois Estados, o nativo teria um documento sonoro (que no fim das contas é negro, embora já mundialmente desbotado e esbranquiçado)... musical.