quarta-feira, 20 de abril de 2011

STABAT MATER

Ele nasceu, morreu e ressuscitou. Aleluia! Sem esse pequeno detalhe, tudo teria sido em vão. Por esse motivo é a Páscoa a maior e mais importante festa do cristianismo, embora para alguns se resuma a coelho que bota ovo de chocolate, feriado e praia.

Todos os anos festejo a data e envio mensagens aos familiares e amigos celebrando a vida. Ano passado estive alguns dias em um hospital e dei de cara com a morte. É com ela que quero uma conversinha desta vez. Na verdade, ela está por perto sempre, mas consegue não chamar atenção, até quando resolve se manifestar. Antes de ontem (18/04), por exemplo, levou Pietro Ferrero, 48 anos, herdeiro de um dos homens mais ricos do mundo, Michele Ferrero, criador da Nutella. Estava passeando de bicicleta, o coração parou, caiu e não levantou mais. Assim, sem muita explicação.

Segundo Carpeaux, são cinco grandes Stabat Mater: Vivaldi, Pergolesi, Haydn, Verdi e Rossini. As igrejas de Roma estão repletas deles neste período, mas o que me fascina no catolicismo é o conjunto, o completo, o todo, o tudo.

Diante da Pietà me pergunto como alguns seres dotados de inteligência perdem tempo discutindo se aquela dona era, continuou ou nunca foi virgem, se depois ou antes daquele filho teve outros, se o pobre marido segurou a onda e outras firulas que, pelo fervor da discussão, parecem fazer diferença na direção que gira o planeta.

 Stabat mater dolorosa
iuxta Crucem lacrimosa,
dum pendebat Filius.
Cuius animam gementem,
contristatam et dolentem
pertransivit gladius.


Não vou colocar aqui o texto completo e traduzido, pois prefiro assim, duro como o mármore da estátua que Michelangelo faz macio como pano: MORTE! Absolutamente tudo caminha para ela e ao mesmo tempo foge dela. Filosofar sobre isso, aprofundar com teorias, discorrer sobre a música muitos já fizeram e não é o momento.

O ponto é que, como católico, nestes dias, pela primeira vez, festejarei a morte de maneira diferente, mas também a ressurreição. Da primeira acho que perdi o medo e consigo bater com ela de frente, na boa. O problema é a segunda. Embora crendo na ressurreição em modo menos cinematográfico, tipo saindo da tumba em um corpo perfeito, radiante, que flutua no ar, mas como energia e matéria que retornam à fonte para uso e transformação que esta julgar conveniente "ad aeternum", minha fé de que os evolucionistas estejam errados tem que ser maior que um grão de mostarda, pois, se estiverem certos, corro o risco de, em uma infinita combinação aleatória de átomos e moléculas, ressuscitar como macaco e deste "evoluir" para humano. Aí, fala sério... não vale!

FELIZ PÁSCOA!

domingo, 3 de abril de 2011

SENTINELA DA AMAZÔNIA

Mais um post para minha querida Óbidos, Pará, Brasil! A inspiração para cometer o texto que segue chegou quando, ouvindo meu arranjo, lembrei o começo do Hino da cidade: Sentinela que guarda a riqueza... Lindo mesmo! Mas... Ops! Onde está a sentinela? Onde está a riqueza?

A proporção entre títulos e renda não é muito boa. Abundam aqueles (sentinela, presépio etc.) e esta nem tanto. Mais ou menos meu caso. Logo, o bom senso recomenda não seguir escrevendo. "Porventura pode um cego guiar outro cego? Não cairão ambos no buraco?" (Lucas, 6,39). "Ninguém é profeta na própria terra." (Marcos 6,4). Porém, gostei muito do que li sobre a Mamangava, que eu nem sabia que existia, mas pesquisei e virei fã. É uma espécie de abelha.


"Segundo as leis da aerodinâmica, a mamangava deveria ser incapaz de voar. Por causa do tamanho, do peso e da forma do corpo em relação à envergadura total das suas asas, voar para ela é cientificamente impossível. Mas, como ignora as leis da física, a mamangava, de qualquer jeito, vai em frente e voa..." John Maxwell

Sou músico. Bom senso nem sempre me ditou estrada e, até aqui, paguei pelos meus erros, tolices e babaquices com dinheiro do meu parco talento e minha própria pele. Assim, como a mamangava, vou em frente...

A cidade tem carnaval. A festa oficial tem um nome enoooorme! 4 sílabas, sendo 3 com 3 letras em um total de 11. Sendo carnaval a festa da carne e o nativo chupa-osso, seria mais divertido Carnavosso, afinal, depois dos 7 dias (e noites!), poucos continuarão comendo filé e muitos chupando osso. Viva o Mascarado Fobó (desse eu gosto)!

Juazeiro, lá no Ceará, tem uma imensa estátua do Padre Cícero. Não vou entrar no mérito da idolatria e do fato que a Igreja não reconhece a santidade do "Padim", mas permite a romaria. Coisas humanas. O importante é que a estátua movimenta a cidade.

Canindé. Está na Wikipedia: Possui o maior monumento religioso do mundo. Ei, não estou falando de Rio de Janeiro, Nova York ou Roma! É lá no (ainda) pobre sertão cearense!!!


Aqui entre nós, que ninguém nos leia, meus filhos são cearenses e tenho queridíssimos amigos em todo o Ceará, mas, para "maior do mundo", esse monumento religioso merecia um acabamento melhor. De perto, parece que foi esculpido com um machado. Tudo bem. Estive em Assis, na Itália, e visitei tudo relativo ao Santo que considero um dos maiores exemplos do cristianismo. Viva $ão Francisco (que movimenta Canindé e Assis)!

A Sentinela tem a Serra da Escama. De lá é possível ver a parte mais estreita do - esse sim - maior rio do mundo! Mas quando será que a cidade vai dar conta disso?

Encontrei esta foto na Internet:


Parece que é em Israel. Não importa.

Lá em cima daquela Serra... tem uma arara loura. Fala arara loura! (repetir rápido, 3 vezes, sem errar) Conseguiu? Go ahead!

É meu Diário... por favor...

Lá em cima daquela Serra, devidamente recuperado o material que restou do passado e conta importante período da história do país, livre da degradação e do abandono dos dias atuais, uma gigantesca estátua de sentinela (não precisa ser a maior do mundo - já encheu o saco!) com um espaço em torno, espécie de mirante com bares, quiosques, comidas, música ao vivo, dança de carimbó, binóculos e lunetas para admirar o estreito do rio nesse vale imenso sem par, pousadas e, mais importante, fácil acesso por trilha ou estrada. Gringo, quando visita a África e a Amazônia, adora ser picado por carapanã, cobra, aranha etc. Ainda paga! Na boa.

Não precisa muito dinheiro público para isso. A iniciativa privada, se perceber que pode faturar, investe rapidinho!

Alto, Sentinela da Amazônia! Sentido! Atenção! Torna ao teu importante posto ou talvez, em breve, veremos oficialmente este cartaz: